A vida é o oceano .

A tristeza e a felicidade são os ventos

Os pensamentos são as pontas das montanhas,

que se erguem como ilhas

A vida de uma pessoa é o seu veleiro.

Uma pessoa em harmonia

É aquela que sabe usar os ventos

como força para se impulsionar,

usar as ilhas para o seu descanso na sua jornada,

apreciar o balanço das ondas, como elas devem ser,

e no final da jornada,

abrir um sorriso e dizer: valeu a pena a viagem.

Uma pessoa em desarmonia

é aquela que sempre transforma os ventos numa tempestade,

que ignora as ilhas, e as vêem como

obstáculos as suas jornadas,

que acha que as ondas só podem estar no topo,

que no fim da jornada apenas conta quantas vezes as ondas

desceram e quantas vezes o barco virou.

Um velho índio descreveu certa vez os seus conflitos internos.

Dizia ele:

- Dentro de mim existem dois cachorros, um deles é cruel e mau, o outro é muito bom e dócil. Eles estão sempre a brigar.

Quando então lhe perguntaram qual dos cachorros ganharia a briga, o sábio índio parou, reflectiu e respondeu:

"Aquele que eu alimentar". 

Um patrão mandou o seu empregado ao talho e disse-lhe com um ar superior:

- Quero que me tragas a melhor carne que encontrares no talho.

O empregado lá foi, e trouxe-lhe uma língua.

Dias depois o patrão chamou novamente o mesmo empregado e deu-lhe a seguinte ordem:

- Traz-me do talho a carne mais ordinária que encontrares.

O empregado, como fizera da primeira vez, trouxe novamente uma língua.

O patrão ficou muito intrigado e perguntou-lhe:

- Que queres dizer com isso? Sempre que te mando ao talho, trazes sempre uma língua?

O empregado que também era uma pessoa com muita sabedoria explicou-lhe:

- A língua é quanto há no mundo de melhor, e também de pior.

Se for bondosa nada há de melhor; mas se for maldizenta e mentirosa, nada haverá de pior.