Na luta diária pela sobrevivência, às vezes somos feridos sem maldade. Mais que os ferimentos, ficamos magoados, sentindo latejar a dor da incompreensão. E isso nos provoca o rancor. Ele põe uma venda no coração e deixa cega a razão. Nos tornamos pessoas amargas, ásperas, insensíveis.
Mas, o sangue, que são as mágoas, estanca-se com o perdão e a ferida cicatriza-se com a reconciliação.
Sintonize-se com a sua consciência. Dome a intrepidez dos seus actos. Traz equilíbrio e paz entender-se bem com todos, e sobretudo consigo mesmo. Pense que onde há amor, o rancor
não prospera.
À primeira treva de rancor acenda a luz do perdão.
Sua clareza vai curar a dor mais profunda, pois o perdão limpa o rancor da alma, assim como a água clara limpa o pó do nosso corpo!
Fonte: Pequenas Lições de Sabedoria - Inácio Danta
Contam que na carpintaria houve uma vez uma estranha assembleia. Foi uma reunião das ferramentas para acertar as suas diferenças.
O martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria que renunciar. A causa? Fazia demasiado barulho e, além do mais, passava todo o tempo golpeando. O martelo aceitou a sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo. Diante do ataque, o parafuso concordou, mas por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos. A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse o metro, que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fora o único perfeito.
Nesse momento entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, o metro e o parafuso. Finalmente, a rústica madeira se converteu num fino móvel. Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembleia reactivou a discussão. Foi então que o serrote tomou a palavra e disse:
"Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com as nossas qualidades, com os nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos nos nossos pontos fracos, mas sim concentremo-nos nos nossos pontos fortes."
A assembleia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar asperezas, e o metro era preciso e exacto.
Sentiram-se então como uma equipa capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram alegria pela oportunidade de trabalhar juntos.
Ocorre o mesmo com os seres humanos. Basta observar e comprovar. Quando uma pessoa procura defeitos nos outros, a situação torna-se tensa e negativa. Ao contrário, quando se procura com sinceridade os pontos fortes dos outros, florescem as melhores conquistas humanas.
É fácil encontrar defeitos. Qualquer um pode fazê-lo. Mas encontrar qualidades, isto é para os sábios.
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